Médica veterinária, Silvia Osaki atuou recentemente no resgate de animais na cidade de Canoas (RS)
Novas imagens detalham queda de avião com 61 pessoas a bordo em Vinhedo; não há sobreviventes:
Uma professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) está entre as 61 vítimas da queda do avião da Voepass em Vinhedo, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira, 9. Silvia Cristina Osaki lecionava nos cursos de Medicina Veterinária e Ciências Biológicas da instituição havia 15 anos e foi voluntária no resgate de animais durante as enchentes do Rio Grande do Sul.
Após a lista com o nome das vítimas ser divulgada, a UFPR publicou uma nota de pesar. A universidade lamentou a tragédia e exaltou o longo currículo de Silvia na área da saúde. Segundo a instituição, a médica veterinária se formou pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 1996 e passou a ser professora da Federal do Paraná em 2009.
Foto: Reprodução
“Atualmente, ministrava as disciplinas de Zoonoses, Epidemiologia Veterinária, Saúde Pública e Educação para Saúde no setor Palotina, além de participar no Programa de Pós-graduação em Ciência Animal (PPGCA)”, detalha nota. Silvia também chegou a ser coordenadora do curso de Medicina Veterinária.
Além da carreira acadêmica, a veterinária ainda atuou na Secretaria de Saúde da cidade de Palotina, também no Paraná. Silvia Osaki foi membro do Conselho Municipal de Saúde e atuou como secretária da Associação dos Amigos do Hospital Municipal.
Foto: Reprodução
Para a UFPR, o diretor do Setor Palotina, Wilson de Aguiar Beninca, lamentou a perda e destacou as qualidades da professora. “Sua dedicação à educação e à pesquisa, bem como seu compromisso com o desenvolvimento de nossos estudantes, deixarão um legado que será lembrado por todos que tiveram o privilégio de trabalhar ao seu lado”, disse.
Beninca ainda revelou que Silvia Osaki foi uma das voluntárias no resgate de animais nas enchentes que acometeram a cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul.
“Com um ritmo de vida e trabalho intenso, incluindo pedaladas antes do amanhecer a jogos de vôlei noturnos, ela construiu vínculos profissionais e laços de amizade dentro e fora da universidade, deixando um legado não só por suas realizações, mas também por seu espírito cômico, presença sempre marcante, alegria contagiante, autenticidade e irreverência. Sentiremos sua falta”, finalizou o diretor.
O que aconteceu?
O avião da Voepass Linhas Aéreas, antiga companhia Passaredo, modelo ATR-72, decolou de Cascavel, no Paraná, às 11h46, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O voo 2283 tinha 57 passageiros e 4 tripulantes a bordo. Conforme a Agência Nacional de Avião Civil (Anac), esse modelo de avião comporta até 68 passageiros.
Segundo informações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até 13h20. “No entanto, a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. A perda do contato radar ocorreu às 13h22”.
Conforme apurado pelo Terra, registros do Flightradar, plataforma de monitoramento de aeronaves, mostram que o voo se manteve na altitude de cerca de 17 mil pés até por volta de 13h20.
Foi aí, então, que o avião fez uma curva brusca. Tudo foi muito rápido. Às 13h21, o voo foi de uma altitude de 17.200 pés para 10.025. Já às 13h22, o avião foi rapidamente de 9.475 para 4.100 pés, no último registro. Sendo assim, em um minuto, a aeronave despencou cerca de 13.100 pés, o equivalente a 3.992 metros.
Logo após o acidente, a Voepass Linhas Aéreas informou, por meio de nota, que ainda não há confirmação de como ocorreu o acidente. “A Companhia está prestando, pelo telefone 0800 9419712, disponível 24h, informações a todos os seus passageiros, familiares e colaboradores”, disse, em comunicado.
“A aeronave decolou de CAC sem nenhuma restrição operacional, com todos os seus sistemas aptos para a realização de voo”, acrescentou.
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